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[RESENHA] A Máquina do Tempo


Olá leitores!

Página: 208 | Autor: H. G. Wells | Editora: Darkside | Ano: 2021 | Gênero: Ficção Científica | Classificação indicativa: +12

As minhas duas experiências com o autor H. G. Wells haviam sido bem positivas. Costumo gostar bastante da leitura de obras antigas de sci-fi. Já havia lido O Homem Invisível (1897) que foi uma leitura boa, apesar de esperar mais do final e Guerra dos Mundos (1898), que além de ter grande influência no gênero até os dias de hoje, e que também se tornou uma das minhas obras de sci--fi favoritas.

Por conta disso, admito que esperava muito da leitura antes de iniciar minha aventura através das páginas. A Máquina do Tempo foi o primeiro livro do autor. Apesar de ser a sua obra de estreia, ela deixou uma grande marca na história, se tornando uma pioneira quando o assunto é uma máquina capaz de realizar viagens no tempo sem envolvimento sobrenatural ou mágico.

A história se inicia com um grupo de homens em uma mesa de jantar durante uma grande conversa e é narrada por dois personagens: um dos rapazes que está presente enquanto a conversa se desenrola e o outro é O Viajante no Tempo, que conta a sua história para os presentes. Os personagens são descritos apenas por suas profissões ou características mais marcantes, como o protagonista que é O Viajante do Tempo, Médico, Jornalista, etc.


O fato é que o Viajante do Tempo era um desses homens astutos demais para que acreditássemos nele.


O cientista Viajante do Tempo, tenta persuadir os outros presentes no jantar de que é possível viajar no tempo e que ele mesmo havia sido capaz de criar uma máquina capaz de realizar tal feito impossível. Nenhum dos outros homens acreditaram em sua afirmação, claro. Então, ele diz que realizará esse feito naquela noite mesmo em seu laboratório.

Durante essa experiência, foi como se o tempo passasse rapidamente diante de seus olhos. Construções sendo erguidas e outras demolidas, a vida ao seu redor se transformando em outra completamente diferente, tudo em poucos segundos. Quando finalmente pausa a viagem, o ano em que se encontra é o de 802.701.


Sofri ao pensar o quanto o sonho do intelecto humano fora breve — ele cometera suicídio. De forma perseverante, a raça humana avançara na direção do conforto e da tranquilidade, alcançando uma sociedade equilibrada que tinha a segurança e a estabilidade como palavras de ordem. Alcançara seus objetivos — mas terminara naquele estado. Em algum momento, o direito à vida e a propriedade atingira uma segurança quase absoluta.


Adorei a ideia de que apesar dos milhares de anos no futuro, o cenário em que O Viajante se encontra é o mesmo, ou seja, ele permanece no mesmo lugar em um raio de dez quilômetros quadrados de seu laboratório em sua casa. Em outras palavras, sua viagem no tempo foi feita sem que ele nem mesmo saísse do lugar, o que se pararmos para pensar, torna a experiência como algo bem limitado.

Nesse futuro longínquo, onde assim que chega, O Viajante se vê em um belo campo verde, ele conhece os Elói, moradores da superfície, seres humanoides e pacíficos e os Morloques, viventes do escuro subterrâneo, seres de aparência assustadora e comportamento brutal. O que mais gostei no livro foram as conexões e teorias que o leitor pode fazer junto do protagonista que, como um cientista, fica tentando estudar e compreender o ambiente. É possível perceber a genialidade do autor justamente quando começamos a conhecer mais dos Elói e os Morloques e percebemos que existe a grande possibilidade das criaturas serem uma evolução dos seres humanos, uma classe futura, mas primitiva onde o medo é um sentimento de sobrevivência muito presente. 

Continuei viajando assim, parando de tempos em tempos, pulando períodos de mil anos ou mais, atraído pelo mistério do destino da Terra. Vi, com uma estranha fascinação, o sol ficar cada vez maior e mais baço no céu ocidental, e a vida na velha Terra aos poucos deixando de existir.


O questionamento sobre como seres tão distintos entre si evoluíram da raça humana leva o leitor e o protagonista a pensarem sobre como os impactos da luta entre a classe trabalhadora e a elite, o capitalismo, a rapidez da evolução tecnológica, a exploração de recursos naturais entre outras ações humanas duvidosas podem afetar a humanidade. Com o passar do tempo no lugar, o protagonista polido e inteligente cede a certos instintos para sobreviver.

Gostei bastante de toda a problemática levantada na obra e de como ela se mantém, no geral, bastante atual. Claro que para a época em que foi lançada, certos pontos se tornaram datados, como o fato de que no jantar repleto de intelectuais, todos os presentes eram homens. 

Senti um maravilhamento irracional. Sabia que algo estranho acontecera, e por um instante fui incapaz de entender o quê.


A leitura é divertida e rápida, principalmente por ser uma obra curta. A narrativa de H. G. Wells é bastante fluída e leve mesmo quando envolve temas mais sérios ou complexos. É um livro atemporal e que deveria ser lido por todos os fãs do gênero. Talvez quem já está mais cansado de obras de viagens no tempo, não se agrade tanto pela leitura, já que a escrita é simples mas mesmo assim, acredito que vale a pena ao menos tentar. E o final, achei que deixa um questionamento para o leitor ao mesmo tempo em que é perfeito para a proposta. Amei!

A edição da DarksideBooks além de linda, traz ilustrações em preto e branco bem interessantes com um estilo como o de sketch. Ao final, há quatro contos sobre viagem no tempo de autores(as) brasileiros(as) que são muito bons e bastante distintos entre si. De todos, Irmãs Aranhas da autora Aline Valek e O Manuscrito Gaélico do autor Braulio Tavares foram os que mais me prenderam durante a leitura, com propostas muito diferentes sobre a temática de viagem no tempo.

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8 comentários:

  1. Oi Larissa, Oi Leyanne, tudo bom?
    Não tenho o costume de ler ficção científica, então confesso que nem conhecia a obra, mas me parece bem interessante...
    Essas edições da Darkside são impecáveis!
    beeeijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

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  2. Oi, tudo bem? Ainda não conhecia a obra, apesar de já ter ouvido falar do autor e ter vontade de ler os dois livros que você citou no começo. Acho que meu único contato com viagem no tempo foi com a trilogia 'De volta para o futuro'. Gosto bastante do tema, arriscaria a leitura.

    Até breve;
    Helaina (Escritora || Blogueira)
    https://hipercriativa.blogspot.com

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    Respostas
    1. que maravilha, esse é um clássico mesmo

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  3. Li esse livro há uns anos, na edição da Principis. Eu nunca tinha lido nada do autor e achei genial também essa ideia de viajar para tão longe no tempo. Acho que foi o único livro que li e que ia tão longe no futuro, aliás. O que é interessante do ponto de vista evolutivo, quando pensamos na raça humana. Agora tenho Homem Invisível aqui na estante e estou bem curiosa para ler.
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
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    1. exatamente!! e dá muita ideia para o leitor refletir

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  4. OI! Eu nunca li nada do autor, mas eu gostaria muito de conhecer as obras deles que tanto influenciaram o que temos atualmente. E que edição linda! Bjos!! Cida
    Moonlight Books

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    Respostas
    1. é uma oportunidade ótima, espero que leia sim

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