[RESENHA] T.A.T.T.O.O.: À Flor da Pele

Olá, leitores!

Páginas: 224 | Autor: André Diniz | Editora: DarksideBooks | Gênero: história em quadrinhos, ficção | Ano: 2022 | Classificação: +16

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Revolta da Vacina

André Diniz é um autor que eu já tinha lido, mas não tinha me tocado disso até começar T.A.T.T.O.O.: À Flor da Pele e achar seus traços familiares. Foi aí que lembrei de Revolta da Vacina, uma leitura importantíssima e atual que fiz um tempo atrás. Tendo essa familiaridade, li T.A.T.T.O.O.: À Flor da Pele com uma vontade renovada.

Nessa graphic novel, Ramsés é um tatuador narrando sua vida cotidiana no que parece ser acontecimentos normais, mas para o protagonista, tudo não passa de vazio. O impressionante é que  começamos a notar esse impacto da visão de Ramsés pelos traços do autor, que evidencia um personagem fosco, sem estímulos, portanto sem entusiasmo para concluir o básico.

A história nos leva a fundo na mente do personagem, e ela é dolorosa, tanto para quem passou por situações parecidas quanto por reconhecer alguém nas páginas. Ramsés está sofrendo com depressão, mas não tem ideia, e mal busca ajuda. Tudo que resta são perguntas sobre sua existência, pensamentos intrusivos que o fazem mergulhar em uma espiral do que tem de pior em sua mente.

A visão do personagem não é de alguém começando a sentir os sintomas. Ramsés parece estar ali, preso nessa espiral, há um bom tempo, e o caso piora a cada página. Você vai encontrar um personagem que deixa de lado o que tem de mais básico e não é por querer, é simplesmente por aqueles sentimentos sombrios o rodearem.

Na história, outras pessoas o rodeiam e esses laços mostram o que tem de verdadeiro em relações. É doloroso para quem está ao redor acompanhar o que acontece, e há situações em que a doença nubla pensamentos racionais dos mais comuns. E esse foi um livro que me deixou pensativa. É uma narrativa rápida, mas o assunto é denso, portanto li aos poucos, identificando pedaços aqui e ali que já foram familiares.

Devo dizer que os traços do autor, junto com a coloração monocromática enfatizam as sombras que aparecem. É uma obra sombria, não por conter seres perversos, mas por estar dentro da mente de um ser humano sofrendo há tempos com depressão, com pensamentos dos mais diversos.

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