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[RESENHA] A Canção de Aquiles


Olá, leitores!

Páginas: 336 | Autora: Madeline Miller | Editora: Planeta Minotauro | Ano: 2021 | Gênero: Fantasia, Drama | Tradução: Gilson César Cardoso de Sousa | Classificação indicativa: +16

A Canção de Aquiles foi uma leitura que fiz com uma amiga, a @blogtemposliterários. Acabei não me levando pelo hype de anos atrás, embora a vontade de ler nunca tenha sumido. A história em si já é bem conhecida, seja pelo original em Ilíada ou por este romance. Nesta obra, quem narra é Pátroclo, filho de um rei, mas rejeitado. Devido a uma tragédia envolvendo o garoto, ele é mandado para a ilha de Fítia destituído de quaisquer títulos e acaba próximo de Aquiles.

A narração de Pátroclo é maravilhosa. Tudo pela visão dele se torna essencialmente poético, e o momento nem precisava ser triste para que eu sentisse melancolia pelas suas palavras. É impressionante acompanhar o dia a dia dos garotos, o progresso de amizade que ele tem com Aquiles até que aquilo se torne algo mais. Ambos os meninos tem um tipo de interesse mútuo, mas eles são extremamente tímidos nos primeiros anos. Como esse sentimento começa cedo, e claramente não é amizade, a tensão aumenta.

Será que ela supôs realmente que eu não o reconheceria? Pois se poderia reconhecê-lo por um toque, por seu cheiro! Poderia reconhecê-lo mesmo estando cego - somente pelo ruído de sua respiração ou pelo som de seus passos. Poderia reconhecê-lo na morte, no fim do mundo.

Aquiles e Pátroclo são bem diferentes, mas adoram a companhia um do outro e não fazem  questão de se separarem por nada. Os momentos mais tensos iniciais foram por ter sempre alguém tentando fazê-los seguir caminhos separados enquanto eles só queriam um ao outro. Isso me doía de verdade. Os garotos aprendem sobre rejeição e deveres desde cedo, mas continuam firmes, mesmo que seja apenas amizade. Com o tempo, esse sentimento progride, e isso só fez eu me derreter ainda mais por eles.

Conforme crescem, Pátroclo narra como é estar perto de Aquiles e como suas posições destoam. Aquiles é destinado à grandeza, tem um caminho de glória para trilhar, enquanto Pátroclo não deseja empunhar sequer uma lança. Contudo, como Aquiles tem um caminho que importa mais para as pessoas, Pátroclo nunca o deixa. O gesto é bonito, eu sei, mas também senti que o Pátroclo tenha ocupado um lugar ao lado do Aquiles apenas como um acessório. E apesar do narrador ser o próprio Pátroclo, ele sempre fica em segundo plano de uma visão geral. Aquiles não o rebaixa em nada, mas cada situação o faz e isso me deixava maluca, especialmente sabendo como o livro poderia acabar.

Com a guerra batendo na porta e Aquiles sendo requisitado por ser o maior guerreiro existente, tanto ele quanto Pátroclo partem. E conforme os conflitos avançam, os ares se tornam pesados, a carga emocional e todo o contexto moldam os personagens, embora em caminhos um tanto diferentes. Adorei de verdade os momentos do casal, mas detestei certos personagens. E por conta desses personagens acabei sofrendo pra valer a partir de 80% da leitura.

Passei o livro todo com o coração apertado, dei uma espiada na história em Ilíada para saber como acabava, mas mesmo com tudo isso, não esperava acabar ficando com raiva do próprio Aquiles. As escolhas dele são compreensíveis até certo ponto. Sua mãe foi a personagem que mais odiei por todo o livro e tem um arco final que me deu nos nervos também. Por conta dela e todo o contexto da história fizeram do Aquiles o que ele era, mas não bastou para apaziguar minha raiva com o personagem. O único personagem que recebeu todo meu amor foi o Pátroclo.

A história mexeu comigo. Pensei que iria me afundar em tristeza, mas recebi um combo completo: tristeza, raiva, indignação, choro e felicidade. Eu amei o desenvolvimento do relacionamento dos protagonistas e queria poder fingir que os últimos 20% não aconteceram.


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4 comentários:

  1. Oi, Leyanne! Como vai? Que bom que gostou da obra. Parece ser interessante. Fiquei curioso com a leitura. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/?m=1

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  2. Puxa, assumo que depois da sua resenha nem me animei a ler, acho que vou passar muita raiva e querer largar o livro pela metade

    Beijos
    www.pimentadeacucar.com

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    Respostas
    1. hahaha, se eu soubesse que iria passar tanta raiva, nem teria lido agora, mas não me arrependo. A história é linda até chegar nas partes que mencionei.

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