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[RESENHA] Jake Livingston vê gente morta


Olá, leitores!

Páginas: 272 | Autora: Ryan Douglas | Editora: Galera Record | Ano: 2022 | Gênero: Fantasia, Ficção, Sobrenatural, Literatura Juvenil | Tradução: Adriana Fidalgo | Classificação indicativa: +12

Às vezes não consigo diferenciar os fantasmas na minha cabeça do que é real.

Sou apaixonada por histórias sobrenaturais e na minha adolescência, obras nessa pegada voltadas para um público mais jovem era o que reinava na minha estante. Fui uma "crepusculete" de carteirinha e uma fã totalmente apaixonada pela série d'A Mediadora da autora Meg Cabot. Por conta disso, principalmente porque já fazia um bom tempo que eu não lia nenhum livro desse tipo, fiquei curiosa e até animada para iniciar a leitura. 

Às vezes o mundo consome todos os meus pensamentos.

Jake é um garoto tímido, negro, gay e isolado que sofre bullying na escola. Para ajudar tudo, ele ainda tem mais uma coisa que o diferencia dos outros jovens da sua idade: Jake Livingston vê gente morta e de diversas formas, como os famosos loopings ditos por vários investigadores paranormais que são  repetições fantasmagóricas do momento em que o sujeito morreu, fantasmas aleatórios e criaturas que rondam locais onde a tristeza e negatividade predomina.

É justamente quando percebe a presença desses serem famintos por miséria rondando a sua vizinhança, que Jake descobre que seu vizinho, um aluno bonito e popular da sua escola, aparentemente havia se suicidado na própria casa. Tal aluno havia sobrevivido a um massacre que aconteceu em sua escola, onde um aluno chamado Sawyer, assassinaram vários estudantes para em seguida, tirar a própria vida.


Parece impossível transformar algo tão lindo em algo feio, mas não é. Tudo se torna horrível depois da morte.

Quando mensagens violentas supostamente direcionadas a si aparecem para Jake, ele passa a ter certeza de que é Sawyer o culpado pelo caos que se iniciou ao seu redor e que o fantasma agora está atrás dele.

Para mim, a leitura foi mais lenta do que imaginei que seria. Não sei se isso se deve ao fato de estar desacostumada com o estilo ou se era o meu momento como leitora. Demorei a me conectar com a escrita do autor e admito que isso prejudicou a minha leitura na primeira metade do livro. Porém, não posso negar que é um livro bem escrito, repleto de temas profundos e bem importantes. A obra fala sobre bullying, abuso, racismo, homofobia e amor na adolescência. E para "ajudar", Jake vive em uma bolha depressiva onde ainda tem que lidar com seres sobrenaturais que aparecem para tirar a sua paz que já é pouca. A forma como o autor abordou temas tão profundos e importantes em um livro juvenil foi, ao meu ver, bem feita. Jake é um rapaz que apesar de ver fantasmas, tem dilemas e problemas mais comuns do que se poderia imaginar.

O lance do diário. Entendo melhor a ideia agora, e por que o dr. Scott me pede para escrever. É para me impedir de machucar pessoas, coisa que esqueço que não devo fazer. Acho que tentei me matar porque, bem lá no fundo, sei que posso machucar seriamente alguém um dia, o que parece injusto pelos padrões normais.

A narrativa toda é dividida entre o presente, com a rotina parada de Jake, lidando com os seus problemas diários e no passado com Sawyer, levando até o momento em que realiza o massacre na escola e se suicida em seguida, nos dando uma "explicação" para o que o levou a tomar uma decisão tão extrema. Claro que para um crime tão brutal não há explicação e nem justificativa, mas o livro faz bem em mostrar a realidade de Sawyer, dando um pano de fundo para o assassino e até mesmo tornando ele e Jake personagens parecidos e ao mesmo tempo bem diferentes. Tudo isso até a história de ambos os personagens acabarem se cruzando, já que Sawyer tem planos para Jake, planos esses que não posso contar aqui para não dar spoiler. 

Jake é um personagem que me surpreendeu com o seu desenvolvimento e amadurecimento com o passar das páginas. No começo ele era um adolescente monótono e completamente sem voz, mas aos poucos foi se tornando alguém forte e decidido a enfrentar o que lhe causava medo. É uma obra sobrenatural ótima para jovens leitores do gênero, mesmo com o começo mais lento, até porque, senti que o foco não ficou apenas nos problemas de Jake com o sobrenatural, dividindo-se também com as dificuldades da juventude.

Gostei mais da leitura do que imaginei que seria, apesar de que admito que em certos momentos alguns personagens acabaram ficando rasos e sem o aprofundamento necessário. Devido a certas pontas soltas, imagino que talvez venha uma sequência por aí.


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2 comentários:

  1. Achei que a capa do livro ficou com uma pegada mais "divertida", jamais teria imaginado que o autor trabalharia temas tão pesados só de olhar para ela. Será que vira série? Isso realmente explicaria as pontas soltas e a falta de profundidade de alguns personagens. Gostei de conhecer Leyanne! :)

    Não Me Mande Flores

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  2. Menina, só o título já chamou a minha atenção. Eu tb curto essas pegadas assim, mas confesso que saber que o livro tem um ritmo mais lento me deu uma desanimada. As pontas soltas tb não ajudaram muito, então acho que vou acabar deixando passar. Mas se algum dia ganhar uma adaptação pra TV, com certeza vou assistir!

    =)

    Suelen Mattos
    ______________
    Romantic Girl

    ResponderExcluir

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