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[RESENHA] Trilogia Daevabad: A Cidade de Bronze [livro #1]


Olá, leitores!


Páginas: 608 | Autora: S. A. Chakraborty | Editora: Morro Branco | Ano: 2018 | Gênero: Fantasia | Tradução: Mariana Kohnert | Classificação indicativa: +16


Somos seres com alma, como os humanos, mas somos criados do fogo, não da terra.

A Cidade de Bronze é o primeiro volume da trilogia Daevabad, um livro com bastante páginas, mas que consegue fisgar a atenção do leitor. Seu enredo baseia-se, em grande parte, na mitologia islâmica, construindo uma fantasia única, com enormes críticas empregadas no contexto. Ele inicialmente retrata o Cairo há alguns séculos atrás, bem quando havia algumas disputas, mas o cenário logo sofre uma mudança.


Nahri, uma moradora do Cairo, leva a vida trapaceando, mas também esconde alguns detalhes curiosos a seu respeito. Ela tem afinidade de cura, consegue identificar várias línguas e rapidamente aprendê-las, mas desconhece suas origens. Nahri viveu fugindo e tentando sobreviver, e é assim que seus dias são até o momento.


Ao fazer um ritual do qual não acredita, ela acidentalmente conjura um guerreiro djinn. Sua vida muda a partir daí, quando descobre que há um mundo com outros seres comuns na mitologia que conhece, entre outros, e que ela mesma pode fazer parte deles. Nahri e o guerreiro que invocou partem em uma viagem para levá-la à cidade onde residem outros como ele.


A desconfiança sobre a natureza de Nahri é questionada frequentemente pelo guerreiro, e para quem está lendo, pode sentir uma certa dificuldade em se situar, mas passamos a descobrir mais sobre esse novo mundo graças a curiosidade de Nahri. A viagem dos dois também é pontuada por uma tensão crescente. No início, é comum ver a hostilidade do guerreiro ser mais acentuada, mas nem sempre entendemos o motivo. A perspectiva de Nahri permite que tomemos as mesmas impressões, de modo que comecei a me afeiçoar a eles conforme essa convivência se tornava mais natural.


Também interpretei essa tensão como uma possível abertura para um romance, já que uma boa primeira parte do livro é destinada para acompanharmos o progresso dessa viagem e a relação dos personagens. Depois de chegar mais adiante na leitura, concluí que esse tempo juntos serviu bem para criar algo ali, mas conforme lia, percebi que tudo é bem mais complicado que isso.


Talvez os humanos fossem tão misteriosos para os djinns quanto os djinns eram para os humanos.

Nahri possui o centro da narração por várias páginas, contudo outro personagem ganha rapidamente atenção. Ali, um príncipe dos djinns, é um jovem guerreiro que tem uma ideologia diferente da sua família e das pessoas ao seu redor. Ele aparenta ser um príncipe ingênuo a princípio, devido às suas decisões impensadas e falas que causam bastante impacto. Não foi de imediato que concluí isso. Ali tem pensamentos que demorei para entender porque toda a fantasia envolve bem mais política do que parece, e as decisões tomam um peso maior quando entendemos seu verdadeiro significado.


Ali tem uma atenção destacada pela autora, evidenciando que ele também é um personagem importante, dividindo o protagonismo com Nahri. Ao contrário da conexão que senti com Nahri desde o início, demorei para me apegar de verdade a Ali, mas acho que um grande motivo foi a falta de entendimento de suas falas no início.


Enquanto acompanhamos Nahri e o guerreiro viajando para Daevabad, conseguimos saber o que está acontecendo na cidade através da perspectiva de Ali. O lugar é um dos pontos centrais de toda a história, devido a história que cerca a natureza dos djinns. Tal história é sangrenta e chocante a cada vez que conhecemos  mais detalhes.


O sistema de magia do livro é fenomenal, resgatando seres mitológicos com histórias, guerras, e princípios que deixam o leitor ávido para saber mais. Além da cidade, os próprios personagens são pontos que intensificam o interesse do leitor. A maioria deles possuem pensamentos deturpados, idealizados em ódio, e empregados em um sistema de leis que favorece uns e fere outros.


Há toda uma hierarquia envolvendo djinns, tribos, costumes e poderes. A intriga política é tão intrincada que mal consigo por em palavras o quanto esse livro pode empolgar e estraçalhar o coração do leitor. Aos poucos tudo começa a fazer sentido, mas nem tudo é bonito de se ver. A história é sim empolgante, contudo as questões sociais envolvidas transforma alguns personagens em monstros que é difícil de acompanhar.


Somos neutros. É a única coisa que tem mantido a paz na cidade. - Ele abaixou a voz - Você... você não é neutro. As pessoas que pensam e falam como você são perigosas.

Grande parte das intrigas presentes na obra são pelo passado sangrento, resultado de guerras entre tribos djinns. O abuso de poder, favorecimento, morte e discursos de ódio estão sempre envolvidos para tentar justificar uma guerra onde apenas o ganhador sairia bem. As consequências depois de anos e anos de guerra e pessoas silenciadas são desastrosas. A protagonista, que viveu no mundo dos humanos esse tempo todo, é jogada no meio disso tudo, tendo que conseguir novamente sobreviver com novos meios.


É um livro que traz sentimentos extremamente dolorosos. Djinns com cargos de proteger outros e reger tribos, não o fazem. Várias falas são permeadas de hipocrisia em que não dá para defender todos os lados. Há injustiça por toda parte, mas ela é mais presente quando se trata de seres classificados inferiores, segundo a maioria dos djinns.


A natureza de Nahri é uma incógnita que torna toda essa intriga ainda mais estreita. Conforme os princípios do guerreiro invocado pela protagonista se tornaram mais evidentes, acreditei que as coisas fossem acontecer de um modo diferente, entretanto isso também não é nada simples de ser resolvido. A história não resume-se a apenas um casal de enemies to love que terão que superar várias fases para ficar juntos. A princípio realmente pensei que seria algo mais ou menos assim, mas fui surpreendida a cada novo aspecto discutido na trama. Os personagens têm relações que serão trabalhadas, mas tudo rege-se em torno da política, tribos, costumes e hierarquia de Daevabad, criando uma imensa rede complicada de escapar.


A história me trouxe diversos sentimentos, inclusive o puro desespero por contemplar a impotência de alguns personagens na história e a grande desigualdade social. Os acontecimentos são brilhantes, reflexivos, com uma junção da mitologia islâmica e seus vários seres. Há muita representatividade não branca, também discussões sobre discriminação entre tribos por conta disso. A verdade é que não consigo parar de pensar nesse livro e me apeguei a ele de modo irreversível. Os pontos discutidos foram incríveis, assim como uma fantasia que eu precisava. 



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9 comentários:

  1. Oi, Leyanne! Tudo bom?
    Eu ganhei o primeiro volume de uma amiga e tô pra começar a qualquer momento porque tenho muitas expectativas com esse livro! A ambientação é maravilhosa, e eu fiquei curiosa demais com os personagens. Espero amar e favoritar!

    Beijos, Nizz.
    www.queriaestarlendo.com.br

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  2. Oi Leyanne! Ainda não li os livros desta série, mas tenho vontade de conferir por ter visto bons comentários sobre ela. Bjos!! Cida
    Moonlight Books

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  3. Hello dear! I hope you are fine!
    Great post. Very inspiring and interesting. Great review. Unfortunately, I don't know this book, but I'd love to read it :)
    Greetings from Poland!

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  4. Carrego esse livro no coração. Amo demais essa história e fico tão feliz que você tenha lido

    Sai da Minha Lente

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  5. Socorro amei muito a premissa do livro! Fiquei com muuuuita vontade de ler e já vou adicionar na lista de desejos!
    Beijinhos,
    www.cafecommands.com

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  6. Oie
    Adorei o enredo do livro! Faz tempo que não leio fantasias com magia. Já quero ler!!

    Beijinhos
    https://tecendoaliteratura.blogspot.com/

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  7. Oi, Leyanne. Como vai? Interessantíssimo o enredo deste livro. Fiquei tentado a lê-lo. Ótima resenha. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/?m=1

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  8. Olá, Leyanne.
    Eu ainda não conhecia esse livro e já fiquei querendo muito ler ele. Parece ter tudo o que me agrada. Mas vou aguardar lançar os outros para ler tudo de uma vez.

    Prefácio

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  9. Oi Leyanne,

    Eu comprei esse primeiro livro em uma promoção da Amazon e está aqui na minha estante aguardando a leitura. Torcendo muito para a editora lançar logo o terceiro assim eu consigo ler tudo de uma vez rs.

    Bjs
    https://diariodoslivrosblog.blogspot.com/

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