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[RESENHA] H. H. Holmes - Maligno



Olá, leitores!

Páginas: 432 | Autor: Harold Schechter | Editora: DarksideBooks | Ano: 2020 | Gênero: True Crime | Tradução: Eduardo Alves | Classificação indicativa: +16

Maligno é algo que se adequa bem a pessoa que esse livro é baseado. Em uma época onde serial killers ainda não era um termo para descrever homicidas em série, Holmes, conhecido como o assassino da Cidade Branca, escandalizou não apenas uma cidade, e sim o mundo todo. O livro H. H. Holmes tem mais de 400 páginas e antes de ler, fiquei intrigada por ser uma obra tão grande. Isso também me fez pensar na quantidade de informações que esse livro poderia oferecer e quão hediondo foi Holmes.

Apesar de ter sido um serial killer bastante comentado e um dos primeiros os quais teve os crimes revelados, eu não conhecia sua história. Holmes compartilha o mesmo sobrenome de Sherlock Holmes, um dos maiores investigadores da ficção. Porém, ao contrário de Sherlock, Holmes, O Maligno, não resolve crimes, e sim os executa.

Tendo um início já bastante detalhado, esta obra nos trás também breves comentários e comparações entre Holmes e Jack, O Estripador; Ted Bundy; e John Wayne Gacy. Esses também foram serial killers que abalaram o mundo, sendo aqui citados por serem tão horrendos quanto Holmes.


Para muitos, Holmes personificava tudo que tinha dado errado no país.

A obra me surpreendeu por diversos motivos. A profundidade que o autor dá para as vítimas torna a leitura ainda mais sensível. O estudo para a construção do livro é louvável, com nomes, lugares e informações apuradas para dar ao leitor um ótimo campo para imaginarmos situações.

Várias pessoas, incluindo vítimas, tiveram contato com Holmes ao longo do relato. É notável que a ascensão de Holmes é marcada por suas obras grotescas, como sua mansão conhecida como "castelo", e seus golpes constantemente relatados aqui. O  livro dedica vários capítulos para descrever a chegada de Holmes em Chicago no século XIX, assim como sua instalação na cidade e posteriormente a construção de sua residência, o "castelo", que seria um lugar onde várias de suas vítimas iriam perecer.

A tecnologia já estava avançando nesta época, e é difícil acompanhar como Holmes utilizava alguns aparatos para seus fins abomináveis. As páginas nos dão uma noção bastante precisa dos acontecimentos e dos passos de Holmes, mesmo sendo algo de séculos atrás.

O livro se divide em partes, e até a metade vemos um Holmes acostumado a liberdade por sempre se safar. Desse ponto em diante, o livro detalha bem como seus crimes foram revelados e o período pós descobrimento de um dos assassinos mais cruéis dos EUA.


Mas algo ficou claro de imediato: no seio da metrópole mais florescente dos Estados Unidos, o dr Holmes construiu para si uma residência que lembrava o castelo de horrores de um romance gótico.

Sobre Holmes, tudo me chocou, e é doloroso saber quão real foram de seus crimes. O livro não dita um passo a passo do que ele fazia com as vítimas, porém dá um ideia clara do que acontecia. Remorso, culpa e escrúpulos estavam fora de questão para o assassino, e até mesmo crianças eram liquidadas se estas mortes fossem servir a seus propósitos.

Para a época, Holmes também foi tachado de termos sobrenaturais. Talvez por isso ele tenha se tornado ainda mais conhecido. Em uma época onde havia poucos serial killers conhecidos, as atrocidades de Holmes foram tão chocantes que era preciso algo demoníaco para ser explicá-lo.

Os fatos contados no livro tem referências e ao final do livro, há uma extensa lista de pesquisas bibliográficas, contendo até mesmo jornais da época. Algo que faz toda a diferença na história, é a edição. Não se trata somente de ser uma obra bonita. Nela, há ilustrações e fotos reais da época.

Os jornais através do país tiravam proveito do melodrama, fosse como fosse, tratando o caso Holmes-Pitezel não como notícia ainda com desdobramentos, mas como folhetim de suspense, com o episódio de cada dia na primeira página.

As fotos não contém teor violento, mas são retratos da cidade, recortes de jornais, entre outros. As ilustrações merecem destaque por trazer uma combinação com os trechos descritos. Os capítulos são ótimos por serem curtos e foi uma leitura que me prendeu.

Um dos pontos que me incomodou, foi o tamanho da fonte. A letra não é confortável e a sensação que temos é que aquela página não vai terminar nunca. Contudo, em termos gerais, o livro é completo e uma ótima leitura para fãs de True Crime.

A maneira precisa da história é tamanha que há até mesmo detalhes do dia a dia das pessoas relatadas, o que pode ser atribuído como uma ficção para preencher a história. Por fim, o modo do relato me pareceu uma prosa que encontramos em livros de ficção, também sendo sempre sucinto e entregando aquilo que promete.


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20 comentários:

  1. Ei, Leyanne, tudo jóia? A edição do livro parece estar lindíssima, e quando li o título na inocência achei que fosse algo relacionado ao Sherlock Holmes kkk. Mas que bom que você aproveitou a leitura, mesmo com a ressalva do tamanho da fonte. Eu adorei a sua resenha, muito bem escrita, beijo!


    Books House

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    1. É fácil confundir o título quando não conhece o serial killer, até eu fiz isso kkk.

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  2. Oi!

    Para quem gosta desses assuntos (como eu gosto) deve ser um prato cheio. Já vou colocar na minha lista de desejados. Lembro de ter visto algum documentário no qual contavam brevemente sobre Holmes, mas não lembro quase nada. Acho que depois de assistir Hannibal, Dexter, O Alienista e Mindhunter, esse livro é bem a minha praia.
    Amei a resenha.

    Até!
    https://nsmoraes.com.br/

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    1. Foi a primeira vez que li sobre Holmes, e achei o relato completo. Também curto esse estilo de livro e já recomendo para quem também curte.

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  3. Olá, Leyanne.
    Essa edição está impressionante. Mas infelizmente é um gênero, nem sei se posso considerar assim hehe, que eu não gosto de ler. Eu até leio sobre serial killers, mas quando é ficção. Saber que tudo aquilo é real não dá. Sou fraca para essas coisas hehe.

    Prefácio

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    1. Realmente não é uma leitura leve , portanto nem recomendo que seja feita quando estamos mais sensíveis.

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  4. Oi Leyanne, tudo bem?
    Eu adoro esse assunto, então com certeza leria se tivesse a chance. Pena que os livros da DarkSide sejam tão caros.
    Beijos,

    Priih
    Infinitas Vidas

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    1. Entendo perfeitamente. De vez em quando há promoções que vale a pena <3

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  5. Mulher, eu sempre acho que esse aí tem a ver com o Sherlock kkkkkkk mas acho que já vi ele citado em algum outro livro que a Darkside publicou. Enfim... só sei que fiquei bem interessada em saber mais sobre esse assassino
    Beijos
    Balaio de Babados

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    1. Hahaha, antes de conhecer mais da história eu também confundia.

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  6. Oi Leyanne, tudo bem? Acho tão interessante o nome do assassino, sempre me vem a mente Sherlock rs Parece um obra densa, cheia de detalhes no maior estilo Darkside!

    Bjs, MI

    O que tem na nossa estante

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    1. É uma onda bem detalhada e com um conteúdo completo. Não tem como não confundir os nomes as vezes haha

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  7. Oi, Leyanne. Como vai? As fotos ficaram incríveis, assim como sua resenha. O livro ta maravilhoso hein! Que bom que curtiu a leitura. Eu particularmente gosto de histórias deste tipo, embora ultimamente não tenha lido com frequência. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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    1. Acontece o mesmo comigo. Eu gosto, mas acabo não lendo tão frequentemente.

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  8. Apesar do número enorme de páginas, fiquei curiosa! Essa edição está bem bonita e quero conferir mais sobre esse assassino.

    Beijo!
    Cores do Vício

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    1. O número realmente pode assustar hehe, mas garanto que é uma leitura que prende o leitor.

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  9. Oi Leyanne,

    Apesar de não ser muito meu estilo de leitura, gosto de acompanhar as obras da editora.
    Que bom que você curtiu.

    Bjs
    https://diarioelivros.blogspot.com/

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    1. Esse gênero me chama bastante atenção, mas entendo sim.

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  10. Caramba, eu confesso que fiquei chocada quando vi que não era o Holmes que eu pensava... rs Também ficaria incomodada com um livro de 400 páginas e uma letra tão pequena, para caber mais na página. Mas a não ser isso, eu gostaria de ler esse livro algum dia.
    Bjks!

    Mundinho da Hanna
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    1. A letra foi um dos empecilhos, mas gostei bastante da leitura.

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